Arquivo mensal: Julho 2015

Comarca Serra de Gata

Situaciõ

1.1.1. Situaciõ.

Os municípios falantes que configuram o enclave pertencem à comarca cacerenha de Serra de Gata. Dentro dela se assentam na banda mais ocidental, formando fronteira com a vizinha república de Portugal; por o Norte confinam com a província de Salamanca, e ao Nascente e ao Sul com o resto dos municípios da comarca.

comarca Serra de Gata
Detalhe comarca Serra de Gata

A superfície que ocupam é de 252,28 km2 , sendo o município mais extenso o de Valverde, que tem 196,76 km2 ; seguiu de Elhas com 32,55 km2 e finalmente Sã Martim de Trebelho, com 24,76 km2.

No nosso val, assina como na comarca por o comum, se dá a circunstância de que existem duas faixas de terreno bem delimitás, ao Norte as elevaciõs da serra de Gata, mentres que conforme descendemos ao Sul chegamos a peni lhanura, para terminal a comarca nas peneplanícies de rego que formam o val do rio Árrago.

O Xálima

O enclave linguístico

1.1. O enclave linguístico.

A primeira aceciõ que dá o dicionário da Real Academia da Língua espanhola, na sua vigésimo terceira ediciõ, para o substantivo valle, di que se trata de ũa llanura entre montes e alturas. A segunda aceciõ diz que se trata de ũa cuenca dum rio.

Se lançamos esta mesma consulta no portal diccionarios.com, de Larousse Editorial; se volve a definil, desde o ponto de vista da GEOGRAFIA, com os dois significaus anteriores; afirmando que se trata de ũa depressiõ de terreno alargá, mais ou menos ancha, situá entre montanhas ou tamém como a cunca de um rio.

Seguindo as anteriores definiciõs, um val é ũa extensiõ de terreno, na maior parte dos causos alargá, que se situa entre montanhas, que pode tel ou nõ um rio regando as suas terras ao que vã a morrel os demais arroios mais ou menos temporais que se formam quando chove.

Consideramos oportuno apuntal estas definiciõs para o conceito de val porque, como veremos depois, há varias oponiõs para denominal ao nosso val.

escrivindo

Introduciõ.

Apesar de que nõ todos os falantes das Elhas, Sã Martim de Trebelho e Valverde do Fresno defendem ũa normativa unitária para os trés lugares, sendo reticentes a que poda leval consigo um empobrecimento da riqueza dialetal, os autores desta proposta pensamos que a necessidai de uns critérios orientadores da escritura é cada vé mais reclamá por as pessoas que de ũa forma ou outra venem escrivindo na “fala” ou língua de Xálima nos últimos tempos. A irrupciõ das telecomunicaciõs e a apariciõ da Internet hã acentuau inda mais esta necessidai, já que as que asta fai poico unicamente eram ũas falas locais, devem cumpril agora novas funciõs comunicativas, relacionando, por exemplo na rede, os usuários deste val.

Sendo cada vé mais consensual a necessidai de ũa normativa, o que nõ o é tanto é quais hã de sel as fundaciõs em que se assente a proposta ortográfica. Para uns, sobretodo filólogos galegos, a base devem sel as Normas Ortográficas e Morfológicas do Idioma Galego (1982), oficiais na Comunidai Autónoma de Galícia. Para outros, ũa norma para a língua de Xálima nõ precisa de tel em conta critérios normativos alheos, e pode elaboral-se partindo de zero. Em qualquer caso, ambas propostas compartem, na prática, que o modelo ortográfico que se deve seguil é o do castelhano, já que esta é a ortografia que melhor conhocem os “falantes”.

A terceira proposta é a nossa, que se opõ às anteriores precisamente em relaciõ à ortografia. Do nosso ponto de vista, a língua dos trés lugares do val de Xálima é conformá por um conjunto de trés “falas” que formam parte do sistema galego-portugués e devem sel solidárias com a tradiciõ gráfica do romance mais ocidental da Península ibérica. Essa tradiciõ gráfica é a que continuou a cultival o portugués, quando as outras duas ramas do galaico-portugués (o galego, por um lado, e a fala do val de Xálima, por outro) quedaram na órbita política de Castilha. É verdai que em 1982 o galego oficial adota a ortografia espanhola, pero mutos galegos usam ũas normas alternativas que se inspiram no modelo do portugués.

Por outro lado, na nossa opiniõ, qualquer política linguística aplicada no val de Xálima deve passal por a introduciõ do portugués no ensino como língua estrangeira obrigatória. Nõ procedel desta forma seria desaproveital a enorme primazia que os “falantes” tenem, em relaciõ ao resto dos estremenhos, para aprendel esta língua com projeciõ internacional e significaria renuncial também ao reforço linguístico das falas através da língua do estado vizinho, que conta com ferramentas às quais seria injusto fazel renuncial aos habitantes do val. A associaciõ A Nosa Fala, cooperando com as autoridais municipais, com a Universidai, a Junta estremenha e com organismos portugueses como o Instituto Camões deveria portanto trabalhal eficazmente nesta direciõ.